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Ao redor do mundo, uma conspiração monolítica implacável se opõe a nós. Baseia-se, primeiramente, no encobrimento para expandir sua esfera de influência. É um sistema que tem recrutado vastos recursos materiais e humanos para formar uma poderosa e eficiente máquina, que combina operações militares, diplomáticas, de inteligência, económicas, científicas e políticas. Suas preparações são ocultas do público. Seus erros são enterrados. Não vão para capas de jornais. Seus discordantes são silenciados, não aclamados.”

John F. Kennedy

Artigos

Portugal não precisava de ajuda externa e agências de "rating" têm de ser travadas

Defende Robert Fishman
Portugal não precisava de ajuda externa e agências de "rating" têm de ser travadas (act.)
13 Abril 2011 | 10:11
Carla Pedro - cpedro@negocios.pt


O sociólogo Robert Fishman escreve no "The New York Times" sobre o "desnecessário resgate de Portugal" e acusa as agências de notação financeira de distorcerem a percepção que os mercados tinham da estabilidade do País.

Portugal não precisava deste resgate. Foi sobretudo a especulação que precipitou o País para o pedido de ajuda externa. O culpado não foi o governo, mas sim a pressão das agências de “rating”. É esta a opinião de Robert Fishman, professor de Sociologia na Universidade de Notre Dame, num artigo hoje publicado no jornal “The New York Times”.

Na opinião de Fishman - que escreveu, em conjunto com Anthony Messina, o livro intitulado “The Year of the Euro: the cultural, social and political import of Europe’s common currency” -, a solicitação de ajuda externa à UE e ao FMI por parte de Portugal deverá constituir um aviso para as democracias de todo o mundo.

A crise que teve início no ano passado, com os resgates da Grécia e da Irlanda, agravou-se, constata o professor. “No entanto, este terceiro pedido nacional de ajuda não tem realmente a ver com dívida. Portugal teve um forte desempenho económico na década de 90 e estava a gerir a sua retoma, depois da recessão global, melhor do que vários outros países da Europa, mas sofreu uma pressão injusta e arbitrária por parte dos detentores de obrigações, especulações e analistas de “rating” da dívida que, por razões ideológicas ou de tacanhez, conseguiram levar à queda de um governo democraticamente eleito e levaram, potencialmente, a que o próximo governo esteja de mãos atadas”, salienta Robert Fishman no seu artigo de opinião publicado no jornal norte-americano.

O sociólogo adverte que “estas forças do mercado, se não forem reguladas, ameaçam eclipsar a capacidade de os governos democráticos – talvez até mesmo o norte-americano – fazerem as suas próprias escolhas em matéria de impostos e despesa pública”.

"Crise em Portugal é completamente diferente"

Apesar de as dificuldades de Portugal se assemelharem às da Grécia e da Irlanda, uma vez que os três países aderiram ao euro, cedendo assim o controlo da sua política monetária, o certo é que “na Grécia e na Irlanda, o veredicto dos mercados reflectiu profundos problemas económicos, facilmente identificáveis”, diz Fishman, realçando que “a crise em Portugal é completamente diferente”.

Em Portugal, defende o académico, “não houve uma genuína crise subjacente. As instituições económicas e as políticas em Portugal, que alguns analistas financeiros encaram como irremediavelmente deficientes, tinham alcançado êxitos notáveis antes de esta nação ibérica, com uma população de 10 milhões de pessoas, ser sujeita a sucessivas vagas de ataques por parte dos operadores dos mercados de obrigações”.

O contágio de mercado e os cortes de ‘rating’ , que começaram quando a magnitude das dificuldades da Grécia veio à superfície em inícios de 2010, transformou-se numa profecia que se cumpriu por si própria: ao elevarem os custos de financiamento de Portugal para níveis insustentáveis, as agências de ‘rating’ obrigaram o País a pedir ajuda externa. O resgate confere poderes, àqueles que vão “salvar” Portugal, para avançarem com medidas de austeridade impopulares”, opina Robert Fishman.

A crise não resulta da actuação de Portugal. A sua dívida acumulada está bem abaixo do nível de outros países, como a Itália, que não foram sujeitos a avaliações [de ‘rating’] tão devastadoras. O seu défice orçamental é inferior ao de vários outros países europeus e tem estado a diminuir rapidamente, na sequência dos esforços governamentais nesse sentido”, refere o professor, que fala ainda sobre o facto de Portugal ter registado, no primeiro trimestre de 2010, uma das melhores taxas de retoma económica da UE.

Em inúmeros indicadores – como as encomendas à indústria, inovação empresarial, taxa de sucesso da escolaridade secundária e crescimento das exportações -, Portugal igualou ou superou os seus vizinhos do Sul e mesmo do Ocidente da Europa, destaca o sociólogo.

Porquê os "downgrades?"

“Então, por que motivo é que a dívida soberana portuguesa foi cortada e a sua economia levada para a beira do precipício?”, questiona-se Fishman.
Na sua opinião, há duas explicações possíveis. Uma prende-se com o cepticismo ideológico do modelo económico misto de Portugal, com o apoio aos empréstimos concedidos às pequenas empresas, de par com umas quantas grandes empresas públicas e um forte Estado Providência, explica.

A outra explicação está na “inexistência de perspectiva histórica”. Segundo Fishman, os padrões de vida dos portugueses aumentaram bastante nos 25 anos que se seguiram à Revolução dos Cravos, em Abril de 1974, tendo havido na década de 90 um acelerado aumento da produtividade laboral, do investimento de capital por parte das empresas privadas, com a ajuda do governo, e um aumento dos gastos sociais. No final do século, Portugal tinha uma das mais baixas taxas de desemprego da Europa, sublinha também o professor.

Mas, realça, o optimismo dos anos 90 deu origem a desequilíbrios económicos e a gastos excessivos. “Os cépticos em torno da saúde económica de Portugal salientam a sua relativa estagnação entre 2000 e 2006. Ainda assim, no início da crise financeira mundial, em 2007, a economia estava de novo a crescer e o desemprego a cair. A recessão acabou com essa recuperação, mas o crescimento retomou no segundo trimestre de 2009”, refere.

Assim, no seu entender, “não há que culpar a política interna de Portugal. O primeiro-ministro José Sócrates e o PS tomaram iniciativas no sentido de reduzir o défice, ao mesmo tempo que promoveram a competitividade e mantiveram a despesa social; a oposição insistiu que podia fazer melhor e obrigou à demissão de Sócrates, criando condições para a realização de eleições em Junho. Mas isto é política normal, não um sinal de confusão ou de incompetência, como alguns críticos de Portugal têm referido”.

Europa poderia ter evitado o resgate

E poderia a Europa ter evitado este resgate?, questiona-se. Na sua opinião, sim. “O BCE poderia ter comprado dívida pública portuguesa de forma mais agressiva e ter afastado a mais recente onda de pânico”.

Além disso, Fishman afirma que é também essencial que a UE e os EUA regulem o processo utilizado pelas agências de “rating” para avaliarem a qualidade da dívida de um país. “Ao distorcerem as percepções do mercado sobre a estabilidade de Portugal, as agências de notação financeira – cujo papel na aceleração da crise das hipotecas ‘subprime’ nos EUA foi extensamente documentado – minaram a sua retoma económica e a sua liberdade política”, acusa o académico.

No destino de Portugal reside uma clara advertência a outros países, incluindo os Estados Unidos. A revolução de 1974 em Portugal inaugurou uma vaga de democratização que inundou o mundo inteiro. É bem possível que 2011 marque o início de uma vaga invasiva nas democracias, por parte dos mercados não regulados, sendo Espanha, Itália ou Bélgica as próximas vítimas potenciais”, conclui Fishman, relembrando que os EUA não gostariam de ver no seu território o tipo de interferência a que Portugal está agora sujeito – “tal como a Irlanda e a Grécia, se bem que estes dois países tenham mais responsabilidades no destino que lhes coube”.

Fonte: http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=479179
23:12 | 0 sdt2010

A operação de resgate financeiro a Portugal dará um lucro aproximado de 520 milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e de 1060 milhões aos países europeus


FMI lucra 520 milhões com resgate a Portugal
Por Redacção

A operação de resgate financeiro a Portugal dará um lucro aproximado de 520 milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e de 1060 milhões aos países europeus, escreve o Diário de Notícias desta segunda-feira.

O pacote de ajuda, anunciado na semana passada, deverá rondar os 80 mil milhões de euros e será disponibilizado em várias tranches já este ano e até 2013. Deste bolo, o FMI emprestará 20 800 milhões de euros.

Como o Banco Central Europeu (BCE) decidiu iniciar a subida de juros este mês, a margem de lucro resulta da diferença entre a aplicação da taxa de juro final praticada e o custo de financiamento do FMI e da UE, que no caso de Portugal deverá rondar 3%, com tendência para subir.

07:53 - 11-04-2011

Fonte: http://www.abola.pt/mundos/ver.aspx?id=257214

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A operação de resgate financeiro a Portugal dará um lucro aproximado de 520 milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e de 1060 milhões aos países europeus.
O pacote de ajuda, anunciado na semana passada, deverá rondar os 80 mil milhões de euros e será disponibilizado em várias tranches já este ano e até 2013. Deste bolo, o FMI emprestará 20 800 milhões de euros.
Como o Banco Central Europeu (BCE) decidiu iniciar a subida de juros este mês, agravando assim os custos suportados pelo FMI e pela União Europeia quando forem ao mercado buscar dinheiro para Portugal, a factura pode ser ainda mais alta.
A margem de lucro resulta da diferença entre a aplicação da taxa de juro final praticada e o custo de financiamento do FMI e da UE, que no caso de Portugal deverá rondar 3%, com tendência para subir.
DN de 11-04-2011
http://www.dn.pt/inicio/economia/interior.aspx?content_id=1827599
23:44 | 0 sdt2010

Poul Thomsen lidera missão do FMI em Portugal


Por Redacção

O dinamarquês Poul Thomsen, que negociou com Grécia e Irlanda, será o responsável do FMI na negociação do pacote de austeridade que Portugal irá ter de implementar em troca da ajuda externa internacional.

Poul Thomsen irá, assim, liderar a missão do Fundo Monetário Internacional em Portugal, em conjunto com as equipas da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu.

Thomsen trabalha no FMI há cerca de 20 anos, recentemente liderou as negociações com a Grécia e Islândia, quando estes países recorreram à ajuda do FMI e da UE.

O dinamarquês coordena, também, o trabalho das equipas responsáveis pela Ucrânia e pela Roménia, possuindo uma grande experiência na implementação de programas de austeridade.

18:52 - 11-04-2011

Fonte: http://www.abola.pt/mundos/ver.aspx?id=257341
23:40 | 0 sdt2010

FMI e UE já estão em Portugal


(act.)Por Redacção

Uma delegação do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da União Europeia encontra-se, desde o início da manhã, no Banco de Portugal reunida com quadros superiores da instituição liderada pelo governador Carlos Costa.

Segundo avança o jornal Público, a equipa de técnicos constituída por dez pessoas, encontra-se reunida, desde manhã cedo, com elementos do Banco de Portugal.

Segundo adianta aquele diário, o objectivo do grupo é obter informações sobre a verdadeira situação macro-económica de Portugal, designadamente sobre as grandes reformas estruturais do mercado de trabalho, de arrendamento e do sistema de Justiça, que estão entre as grandes preocupações da UE e do FMI.

Aqueles organismos terão, ainda, reuniões com o Ministério das Finanças com vista a avaliar os detalhes sobre o plano de resgate financeiro.

Em Dezembro do ano passado o FMI já tinha enviado a Portugal uma delegação proveniente de Washington que manteve, na altura, reuniões com várias entidades, nomeadamente, o Conselho Económico e Social.

Ao final da tarde, desta segunda-feira, o Banco de Portugal desmentiu as informações veiculadas pelo jornal Público que davam como certa a presença do FMI em território nacional, desde o início da manhã desta segunda-feira.

O assessor de imprensa da instituição, João Matela, acrescentou, ainda, que nenhuma reunião foi realizada nas instalações do banco de Portugal.

17:55 - 11-04-2011
Actualizado às 20.14 horas

Fonte: http://www.abola.pt/mundos/ver.aspx?id=257328
23:35 | 0 sdt2010

Poderá surgir em Portugal algum adversário credível que impeça que um país seja levado à bancarrota pelas agências de rating?

Inconformismo e criatividade
Poderá surgir em Portugal algum adversário credível que impeça que um país seja levado à bancarrota pelas agências de rating?
8:56 Quinta feira, 7 de Abr de 2011

É hoje consensual que o capitalismo necessita de adversários credíveis que atuem como corretivos da sua tendência para a irracionalidade e para a autodestruição, a qual lhe advém da pulsão para funcionalizar ou destruir tudo o que pode interpor-se no seu inexorável caminho para a acumulação infinita de riqueza, por mais antissociais e injustas que sejam as consequências. Durante o século XX esse corretivo foi a ameaça do comunismo e foi a partir dela que, na Europa, se construiu a social-democracia (o modelo social europeu e o direito laboral). Extinta essa ameaça, não foi até hoje possível construir outro adversário credível a nível global.

Nos últimos 30 anos, o FMI, o Banco Mundial, as agências de rating e a desregulação dos mercados financeiros têm sido as manifestações mais agressivas da pulsão irracional do capitalismo. Têm surgido adversários credíveis a nível nacional (muitos países da América Latina) e, sempre que isso ocorre, o capitalismo recua, retoma alguma racionalidade e reorienta a sua pulsão irracional para outros espaços. Na Europa, a social-democracia começou a ruir no dia em que caiu o Muro de Berlim. Como não foi até agora possível reinventá-la, o FMI intervém hoje na Europa como em casa própria.

Poderá surgir em Portugal algum adversário credível capaz de impedir que o país seja levado à bancarrota pela irracionalidade das agências de rating, apostadas em produzir a realidade que serve os interesses dos especuladores financeiros que as controlam com o objetivo de pilhar a riqueza e devastar as bases da coesão social?

É possível imaginar duas vias por onde pode surgir um tal adversário. A primeira é a via institucional: líderes democraticamente eleitos reúnem o consenso das classes populares (contra os media conservadores e os economistas encartados) para praticar um ato de desobediência civil contra os credores e o FMI, aguentam a turbulência criada e relançam a economia do país com maior inclusão social. Foi isto que fez Nestor Kirchner, Presidente da Argentina, em 2003. Recusou-se a aceitar as condições de austeridade impostas pelo FMI, dispôs-se a pagar aos credores apenas um terço da dívida nominal, obteve um financiamento de três biliões de dólares da Venezuela e lançou o país num processo de crescimento anual de 8% até 2008. Foi considerado um pária pelo FMI e seus agentes. Quando morreu, em 2010, o mesmo FMI, com inaudita hipocrisia, elogiou-o pela coragem com que assumira os interesses do país e relançara a economia.

Em Portugal, um país integrado na UE e com líderes treinados na ortodoxia neoliberal, não é crível que o adversário credível possa surgir por via institucional. O corretivo terá de ser europeu e Portugal perdeu a esperança de esperar por ele no momento em que o PSD, de maneira irresponsável, pôs os interesses partidários acima dos interesses do país.

A segunda via é extra-institucional e consiste na rebelião dos cidadãos inconformados com o sequestro da democracia por parte dos mercados financeiros, com a queda na miséria de quem já é pobre e na pobreza de quem era remediado. A rebelião ocorre na rua, mas visa pressionar as instituições a devolver a democracia aos cidadãos. É isto que se está a passar na Islândia. Inconformados com a transformação da dívida de bancos privados em dívida soberana (o que aconteceu entre nós com o escandaloso resgate do BPN), os islandeses mobilizaram-se nas ruas, exigiram uma nova Constituição para defender o país contra aventureiros financeiros e convocaram um referendo em que 93% se manifestaram contra o pagamento da dívida.

O Parlamento procurou retomar a iniciativa política, adoçando as condições de pagamento, mas os cidadãos resolveram voltar a organizar novo referendo, o qual terá lugar a 9 de abril. Para forçar os islandeses a pagar o que não devem, as agências de rating estão a usar contra eles as mesmas técnicas de terror que usam contra os portugueses. No nosso caso é um terror preventivo, dado que os portugueses ainda não se revoltaram. Alguma vez o farão?

Fonte: http://aeiou.visao.pt/inconformismo-e-criatividade=f597643
22:46 | 0 sdt2010

Economistas denunciam agências de "rating" por crime de manipulação de mercado

07 Abril 2011 | 16:52
Manuel Esteves - mesteves@negocios.pt
Filomena Lança - filomenalanca@negocios.pt

Denúncia subscrita por José Reis, Manuel Brandão Alves, Manuela Silva e José Manuel Pureza será entregue na Procuradoria Geral da República na próxima semana.

“Neste momento, as três mais importantes agências de notação financeira (...) noticiam e divulgam, diariamente, classificações de ‘rating’ que, com manifesto exagero e sem bases rigorosamente objectivas, penalizam os interesses portugueses, estimulando uma subida constante dos juros da dívida soberana”. Daqui decorrem “comportamentos presumivelmente criminais”, indiciadores, nomeadamente, do crime de manipulação do mercado.

O alerta vem de quatro economistas - José Reis e José Manuel Pureza, da Universidade de Coimbra, e Manuela Silva e Manuel Brandão, do ISEG – que vão apresentar uma denúncia ao Procurador-geral da República (PGR), Pinto Monteiro, no início da próxima semana. Os alvos são a Moody’s, a Fitch e a Standard and Poor’s.

O documento, a que o Negócios teve acesso, sustenta que “a actuação destas agências de notação financeira tem configurado violações ao dever de apresentação objectiva e imparcial de recomendações de investimento a que estão obrigadas”. E enuncia alguns exemplos, entre as várias descidas de ‘rating’ dos últimos tempos, em que “a actuação destas agências de notação financeira tem configurado violações ao dever de apresentação objectiva e imparcial de recomendações de investimento a que estão obrigadas”.

O objectivo da denúncia, explica José Reis em declarações ao Negócios, é alertar o PGR. Afinal ”há que ter em conta que se as taxas de juro não são justas, mas sim influenciadas, daqui decorre um poderoso mecanismo de transferência de recursos dos cidadãos nacionais para investidores internacionais”.

Sendo que, lembra o economista, pelo menos duas das agências de ‘rating’ em causa são detidas por um mesmo fundo de investimento. E, prossegue a denúncia, “não pode permitir-se que ajam de forma a alterar o preço dos juros, direccionando o mercado para situações em que elas próprias ou os seus clientes tenham interesse e retirem benefícios”.

Os economistas consideram que há “um conflito de interesses na actividade destas agências de notação financeira, em particular quando baixam os ratings a estes países [Portugal, Espanha, Grécia ou Irlanda, entre outros], fazendo aumentar os juros das suas dívidas e influenciando a evolução de um mercado em que actuam os fundos financeiros que são seus proprietários”.

Em Espanha e nos Estados Unidos foram também já desencadeados processos semelhantes, mas ainda não há qualquer decisão judicial transitada em julgado. A actuação das agências de ‘rating’ tem sido, aliás, alvo de várias polémicas, tendo o próprio FMI alertado já para o facto de que “estas agências usam e abusam do poder que têm”

Ainda que sublinhando que, feita a denúncia, os procedimentos que eventualmente venham a desenvolver-se cabem à PGR, José Reis não exclui a possibilidade de ser pedido um “ressarcimento de danos” às três agências de ‘rating’.

Recebida a denúncia, Pinto Monteiro decidirá se há ou não matéria de facto que justifique a abertura de um inquérito.

Fonte: http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=478307
22:44 | 0 sdt2010

Reino Unido pode seguir o destino de Portugal

Osborne
Reino Unido pode seguir o destino de Portugal
Alberto Teixeira
07/04/11 17:30

Ministro das Finanças britânico alerta que o Reino Unido pode ter de pedir ajuda externa se abrandar o ritmo de redução do défice.

"Grécia, Irlanda e agora Portugal falharam em convencer o mundo de que conseguiriam pagar as suas dívidas. Os riscos agora não são imaginários, são muito, muito reais", alertou George Osborne, em declarações à Bloomberg.

"Aqueles que no nosso país negam a necessidade urgente de lidar com o nosso défice estão a jogar à 'roleta russa' com a dívida soberana britânica. Eu não vou fazer isso", prometeu.

As declarações do ministro das Finanças surgem na sequência dos avisos da oposição britânica. O Partido Trabalhista, pela voz de Ed Balls, pediu ao Governo de David Cameron que reduza o ritmo de consolidação do défice orçamental, pois pode colocar em perigo a recuperação económica do país.

Na proposta de orçamento para o próximo ano Osborne apresentou uma estimativa para baixar o défice até aos 168 mil milhões de euros, cerca de 10% do PIB. Isto depois de em 2009/10 o ‘buraco' das contas públicas ter atingido os 11,1% do PIB. Osborne prevê que o défice continue a descer no ano fiscal seguinte para 7,9%.

"O nosso argumento em relação à proposta do Governo diz respeito à escala e ao ritmo dos seus planos e das respectivas implicações para a saúde da economia do Reino Unido", comentou, por sua vez, o líder do partido da oposição, Ed Miliband, à BBC.

Fonte: http://economico.sapo.pt/noticias/osborne-avisa-que-reino-unido-pode-seguir-o-destino-de-portugal_115452.html
22:41 | 0 sdt2010

"Esqueçamos Portugal e concentremo-nos em Espanha"

Roubini
"Esqueçamos Portugal e concentremo-nos em Espanha"
Económico com Lusa
07/04/11 10:50

O economista diz que as atenções se devem centrar em Espanha, por um possível contágio ao país.

Em declarações citadas pelo jornal El Economista, Roubini destacou várias preocupações sobre a situação económica espanhola, nomeadamente o desemprego, o sector imobiliário, o sistema financeiro ou a baixa competitividade da economia.

"A grande questão não é Portugal, que é um país demasiado pequeno, mas sim o possível contágio à economia espanhola, um país demasiado grande para ser resgatado", afirmou o economista que previu a crise em 2008.

Roubini, professor na NYU Stern e fundador da consultora RGE, considerou que Espanha ainda tem que tomar decisões "muito difíceis" para se blindar da "doença que já deixou a Grécia e a Irlanda na quarentena e Portugal nos cuidados intensivos".

Fizeram reformas "na direcção correcta", disse, "mas é necessário implantar planos muito mais radicais para estabilizar a economia espanhola, bem como as suas condições fiscais e financeiras".Noutro âmbito, Roubini antecipou que o Banco Central Europeu (BCE) aumente as suas taxas de juro três vezes este ano, até alcançar o valor de 1,75 por cento.

Apesar de "entender" a decisão do BCE, o economista recordou os riscos desse endurecimento da política monetária europeia.

"Têm cinco países na periferia da UE que não registam qualquer crescimento, com graves problemas bancários e uma perda de competitividade pelo que creio que um aumento dos juros não fará mais do que aumentar a fragilidade financeira, tanto do sistema bancário como dos governos", afirmou.

Fonte: http://economico.sapo.pt/noticias/esquecamos-portugal-e-concentremonos-em-espanha_115415.html
22:39 | 0 sdt2010

Banca ganha 350 milhões após pedido de resgate

Margarida Vaqueiro Lopes
07/04/11 16:36

Bancos disparam 5% em bolsa e fizeram Lisboa liderar os ganhos na Europa, um dia depois de Portugal pedir ajuda.


O índice de referência nacional, o PSI 20, valorizou 1,18% para 7.909,00 pontos, num dia em que a banca brilhou na praça lisboeta, impulsionada pelo anúncio de que Portugal vai recorrer ao Fundo de Estabilização Europeu.


Lisboa destacou-se mesmo no cenário europeu, num dia em que as principais praças fecharam sem tendência definida, depois de Jean-Claude Trichet ter anunciado que o BCE decidiu subir, pela primeira vez em quase dois anos, a taxa de referência da região, de 1% para 1,25%.

O Ibex madrileno apreciou 0,04%, enquanto o CAC francês perdeu 0,49%, por exemplo.

Por cá, o destaque foi para o sector da banca, que hoje registou ganhos em redor de 5%, com o BPI a liderar e a acelerar 5,12% para 1,31 euros. Já o BES e o BCP ganharam 4,18% e 4,07%, respectivamente. Ambos os bancos estão entre os que mais subiram na Europa, segundo o índice da Bloomberg para o sector.

O Banif acompanhou os ganhos e fechou a avançar 2,1%. Tudo somado e os maiores bancos nacionais ganharam 347 milhões de euros na sessão de hoje, em termos de capitalização bolsista, impulsionados pelo anúncio de que Portugal vai recorrer ao Fundo de Estabilização Europeu. A oficialização do pedido, por parte de Portugal, deverá chegar ainda hoje a Bruxelas.

Este pedido de auxílio por parte do Governo demissionário surgiu perante a incapacidade de o País se continuar a financiar ao preço que os mercados exigem - ontem as taxas de juro sobre obrigações nacionais a 5 anos já tinham superado a 'yield' das OT irlandesas na mesma maturidade.

O pacote da ajuda externa - nos moldes daquele que foi oferecido à Irlanda - pode chegar aos 90 mil milhões de euros, um valor que representa mais de metade do PIB estimado para este ano, escreve o Diário Económico na sua edição de hoje.

A primeira tranche de financiamento ficará entre os 22 e os 25 mil milhões de euros e deverá chegar antes das eleições legislativas marcadas para o próximo dia 5 de Junho.

Num dia em que apenas a Cimpor (-0,2%) e a Jerónimo Martins (-0,79%) fecharam com sinal negativo em Lisboa, destaque também para o desempenho da Galp, que apreciou 1,89%, enquanto o Sonaecom ganhou 3,26%. Já a Portugal Telecom valorizou 0,3%, no dia em que o Diário Económico revela que Zeinal Bava deverá começar a passar grande parte do seu tempo no Brasil, onde vai liderar a reorganização da Oi.

Fonte: http://economico.sapo.pt/noticias/banca-ganha-340-milhoes-com-pedido-de-resgate_115449.html
22:34 | 0 sdt2010

Economistas acusam agências de 'rating' de "manipulação"

Carta
Economistas acusam agências de 'rating' de "manipulação"
Económico com Lusa
07/04/11 19:30

Um grupo de economistas quer a abertura de um inquérito contra as agências de 'rating' pelo "crime de manipulação do mercado".

Moody's, Fitch e Standard & Poor's são as agências visadas pela acção, que dará entrada na Procuradoria-Geral da República durante a próxima semana.

O documento é subscrito por quatro economistas: José Reis e José Manuel Pureza, da universidade de Coimbra, e Manuel Brandão e Maria Manuela Silva, do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG).

José Reis realça que as agências que "intervêm no mercado português", as três referidas na denúncia, "dominam mais de 90 por cento do mercado" internacional, pelo que "é preciso saber se as leis da concorrência são respeitadas".

Duas dessas agências - Moody's e Standard & Poor's - têm inclusive um "mesmo fundo de investimento como proprietário", adverte o economista, e as decisões que as entidades tomam, "que influenciam as taxa de juro", têm um impacto significativo nos endividamento dos países, "podendo afectar a sua estabilidade" financeira e económica.

No documento a entregar na segunda-feira na Procuradoria-Geral da República, é dito que "quanto maior for o risco inerente a uma emissão de dívida, maior será o retorno exigido pelos investidores, ou seja, maiores serão os juros" impostos pelos mesmos.

"Compreende-se assim a grande importância que revestem as classificações feitas por estas agências: elas servem de referência aos investidores, emissores e administradores públicos para as suas decisões de investimento e financiamento", diz a nota.

Sendo este o papel que tem sido atribuído no mercado a estas três agências, "não pode permitir-se que ajam de forma a alterar o preço dos juros, direccionando o mercado para situações em que elas próprias ou os seus clientes tenham interesse e retirem benefícios", declara o grupo de economistas.

O inquérito deve apurar a "prática dos actos abusivos que são imputados" às três agências, a "existência de graves prejuízos produzidos nos interesses do Estado e do povo português" e a "identificação dos quadros directivos das ditas agências e os autores dos actos" da denúncia.

Os economistas querem também saber se os "benefícios obtidos pelas agências" e os seus clientes "foram de notória importância", além de obter acesso a "todas as comunicações internas das agências de notação respeitantes às classificações referentes a Portugal" desde o ano de 2010.

Fonte: http://economico.sapo.pt/noticias/economistas-acusam-agencias-de-rating-de-manipulacao-do-mercado_115461.html
22:31 | 0 sdt2010

Merkel 'esqueceu o que a Alemanha deve à UE'


O descontentamento que reina na Europa face aos Governos nacionais e ás instituições europeias, num continente «dominado pela Alemanha de Merkel», pode levar à decadência e possível desagregação da UE, afirma Mário Soares.

«Se a Europa não percebe o descontentamento que reina em todo o lado, contra os Governos nacionais e as instituições europeias e a distância que os separa dos seus povos, é indubitável que nos encaminhamos para a decadência da UE, num mundo em transformação, e para a sua possível desagregação», escreve num artigo publicado hoje no El Pais.

Mário Soares considera que «a igualdade e a solidariedade entre os estados desapareceu» com todos «mais ou menos dominados pela Alemanha da chanceler Merkel», que «se esqueceu do que a Alemanha deve à Comunidade Europeia».

Considerando-se «dona da Europa» e «apoiada pelo seu servil aliado, o presidente Sarkozy» leva a que a economia e as finanças dominem tudo, com o BCE e os bancos alemães, «ainda que não exclusivamente», a «paralisar uma Europa de cidadãos, uma Europa política, de tipo federal».

No artigo, intitulado 'Portugal e Espanha no contexto europeu', o ex-presidente da República recorda que apenas três países são governados por Governos socialistas (demissionário no caso português) e que todos são do sul, com um peso «mais marcado pela história e pelo que representam» do que pelo dinheiro.

«Não são coisas de pouca monta mas, claro, os economistas como só vêm o dinheiro, esquecem-se o resto. E talvez por isso se enganem tantas vezes», escreve.

«Os três Estados (Grécia, Espanha e Portugal) poderiam ter-se oposto às exigências de uma Alemanha que os lançava para uma recessão inaceitável. Mas não tiveram coragem para o fazer», sublinha.

Afirmando que as instituições europeias continuam «sem compreender bem» a crise económica, Soares sustenta que «o neoliberalismo, como ideologia, está esgotado, como aconteceu há 20 anos com o comunismo».

E, por não reconhecem isso, não notam que «além da redução do défice é necessário procurar reduzir o desemprego, as tremendas desigualdades sociais» e «procurar um novo paradigma de desenvolvimento».

Se esses problemas não se resolvem, considera Soares, «a crise conduzirá a rupturas que podem ser violentas e perigosas».

Lusa/SOL

Fonte: http://sol.sapo.pt/inicio/Politica/Interior.aspx?content_id=15848
23:23 | 0 sdt2010

Soares e Freitas pedem controlo de especulação na UE

O antigo presidente da República Mário Soares criticou a perda dos "princípios europeus" e o professor de Direito defende que é altura de travar o comportamento político da chanceler alemã. Soares considera que não existem motivos para temer o Fundo Monetário Internacional (FMI) e lembra que, por duas vezes, este ajudou a resolver os problemas de Portugal. Perspetivas partilhadas pelo antigo ministro e professor de Direito Freitas do Amaral.

O ex-Chefe de Estado denunciou o capitalismo selvagem e apontou a necessidade inevitável da União Europeia em controlar a especulação e o capitalismo selvagem.

"A minha resposta é esta: nós temos, mais tarde ou mais cedo, em termos europeus, que controlar os mercados especulativos que só pensam no dinheiro e temos que explicar com a força dos factos que, mais importante que o dinheiro, são as ideias das pessoas, os princípios e os valores", declarou Mário Soares, na Biblioteca Municipal Almeida Garrett, no Porto, durante a conferência sobre “Democracia no século XXI: que hierarquia de valores?”.

O ex-presidente da República considerando o fenómeno dos mercados "absolutamente escandaloso", conduzido “por poucas pessoas”, e criticou o capitalismo " especulativo e selvagem" em que vivemos. "São os principais agentes desses mercados que fazem tremer os políticos e que põem os políticos de joelhos. Ainda por cima têm agências de rating que diariamente nos avaliam mas que são funcionários desses mesmos mercados. Onde é que fica a política nisto?", questionou Soares.

Neste sentido, Mário Soares defendeu que punições para "aqueles que usam o capitalismo financeiro para criar uma recessão interna em cada país”. "Foi o que sucedeu na Bélgica, foi o que sucedeu na Irlanda, é o que nós estamos em risco que venha a suceder em Portugal, espero que não", sublinhou.

Notando que a crise atual portuguesa é global e importada, "à qual se juntou agora esta crise política infeliz", o antigo primeiro-ministro e Presidente da República sustenta que "para evitar a recessão, a prioridade das prioridades é reduzir o desemprego".

“Quem manda é a senhora Merkel”

Na mesma orientação de crítica às ações externas que têm influenciado Portugal, Mário Soares alertou que foram abandonados "completamente os princípios europeus".

"Hoje quem manda é a senhora Merkel e um pouco o senhor Sarkozy, porque ela precisa do Sarkozy e o Sarkozy obedece", observou Soares. Questionando-se sobre o motivo desta liderança, Soares não teve dívidas: "a senhora Merkel é a economia mais próspera da Europa e por isso é quem manda".

"E quem é que fez a unidade alemã senão toda a Europa que entrou com dinheiro para permitir que a Alemanha se unisse - e ainda bem que se uniu -, mas não para vir agora mandar na Europa ou ser dona da Europa, porque isso levanta-nos logo uma situação terrível que é a de começarmos a pensar 'mas estes alemães já nos levaram a duas guerras mundiais. Vamos para outra?'", acrescentou.

Mário Soares sublinha que esta atitude é contrária ao “projeto europeu dos pais fundadores".

No mesmo sentido, Freitas do Amaral entende que os especuladores não estão diretamente interessados em Portugal, mas antes em testar a vontade de Angela Merkel em defender o euro. "Se isso for assim, a especulação contra Portugal não vai parar", aventa o professor de Direito Constitucional.

O antigo ministro considera ser este o momento para travar o comportamento político da chanceler alemã, que no seu Parlamento criticou os deputados portugueses. Freitas do Amaral nota que Merkel só foi eleita por 40 por cento do povo alemão, mas não foi eleita chanceler da Europa.

Caso a chanceler alemã pretender que os outros países concretizem a sua visão política, Freitas do Amaral aconselha "que aceitem o federalismo político - como o dr. Mário Soares, eu e tantos outros defendemos há 30 anos -, que vá a eleições e se for Chanceler da Europa cá estamos para lhe obedecer".

Angela Merkel "vai até onde a deixarem ir, mas nunca irá mais além. Quando surgir alguém a dizer basta, parará. Acho que está na altura de alguém dizer basta", afirmou Freitas do Amaral.

Soares pede contenção verbal nas eleições

Mário Soares adiantou que os partidos políticos devem fazer uma campanha eleitoral com moderação verbal e “não se injuriem uns aos outros”, porque estão sujeitos a terem de se entender após as legislativas de 5 de junho.

"Os partidos têm de perceber que têm que fazer um grande exame de consciência sobre eles próprios, porque estão eles próprios a perder credibilidade", sublinhou.

"Mesmo que consideremos um político que não tem um passado muito glorioso em matéria de respeito pelos dinheiros alheios ou outro que diga uma coisa e depois diga outra, não podemos estar a chamar que este é um bandido e este é um mentiroso", defendeu.

Mário Soares recordou o Governo de coligação que chefiou entre 1983 e 85. "Uma coligação em que tudo se passava à volta do Governo, como senão houvesse coligação pela razão de que eu e o chefe do partido que estava na coligação com os socialistas - o professor Mota Pinto - tínhamos uma confiança absoluta entre um e outro e podíamos falar bem", lembrou.

O histórico socialista observa que a confiança "falha neste momento em Portugal e isso é realmente grave" porque “os partidos deixaram-se esclerosar um bocado e começaram a entrar em crispação".

Soares e Freitas desdramatizam FMI

O antigo Presidente da República garante não ter medo do FMI e até lembrou que teve de recorrer em dois momentos, tendo resolvido os problemas. Do mesmo modo, o antigo vice-primeiro-ministro de Sá Carneiro, Freitas do Amaral, acusou o Governo e o PSD por terem criado o "fantasma" da ajuda externa, criticando a insistência em “resistir” a todo o curso”.

"Tanto o Governo como o principal partido da oposição convenceram-se” que “seria uma fatalidade para o nosso país ter que pedir ajuda externa, fosse ela à União Europeia ou ao FMI", lamentou o ex-ministro da Defesa e dos Negócios Estrangeiros.

Freitas do Amaral criticou ainda o atual secretário-geral do PS por dizer “que era uma indignidade nacional recorrer ao FMI quando o fundador e primeiro secretário-geral do PS (Mário Soares) recorreu duas vezes ao FMI e não foi nenhuma indignidade e salvou o país por duas vezes da bancarrota".

Freitas do Amaral pede esclarecimentos ao Governo

O professor de Direito Constitucional desafia o Governo a esclarecer se a intervenção do FMI em Portugal é necessária, pois não tem dúvidas de que o atual executivo tem capacidade jurídica para tomar as decisões que possam beneficiar o país, mesmo estando em gestão.

"Juridicamente pode. A Constituição diz que um Governo de gestão pode fazer tudo o que for necessário ao país", respondeu, aos jornalistas, Freitas do Amaral, notando que "tudo parece estar a encaminhar-se para nos empurrar para a necessidade de pedir uma ajuda externa".

Numa entrevista à TVI, nesta quinta-feira, o ministro das Finanças afirmava que a única entidade que pode, nesta altura, assumir compromissos em nome de Portugal é o Presidente da República.

Freitas do Amaral, em alusão a estas declarações, argumenta que "um Governo de gestão não é um palhaço, não é um boneco" embora admita que este “não pode cumprir o seu programa como se estivesse em plenitude de funções”.

No entanto, o Governo em gestão “tem que assegurar a continuidade do Estado até entregar ao Governo seguinte". Por isso, o Governo “mesmo estando em gestão, tem a obrigação de manter os portugueses informados acerca da evolução da situação".

"Eles que nos esclareçam porque nós cidadãos estamos aflitos, vemos o cerco a apertar-se à volta do nosso país. Se o Governo diz que não há razão para sustos, então que nos explique", sublinhou.

Fonte: http://tv2.rtp.pt/noticias/index.php?t=Soares-e-Freitas-pedem-controlo-de-especulacao-na-UE.rtp&article=429743&layout=10&visual=3&tm=9
20:10 | 0 sdt2010

Como se vive com o FMI: 'Se tiverem coragem, mandem-no dar uma volta'

por Luís Gonçalves ! O SOL

Gregos e irlandeses contaram ao SOL como é viver com a ajuda externa do Fundo Monetário Internacional e da União Europeia.

Nos últimos quatro meses, Giorgio Trompukis viu serem despedidos oito dos 30 empregados da empresa de consultoria onde trabalha, em Arta, no Noroeste da Grécia, e Christo Iosifidis, engenheiro alimentar, mudou-se para um apartamento mais barato em Atenas, após ter visto o salário cortado em 30%. Entretanto, o horário laboral de Michael Flyin num hotel de Skibbereen, no Sul da Irlanda, foi reduzido para um terço para evitar o desemprego.

O preço das medidas de austeridade impostas pelos planos de ajuda do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da União Europeia (UE) à Grécia e à Irlanda estão a ter um forte impacto na vida das populações. «A ajuda externa tornou-nos mais pobres, cépticos e pessimistas quanto ao futuro. Os sonhos acabaram», diz ao SOL Afroditi Kalomari, jornalista grega residente em Atenas e membro da Federação Internacional de Jornalistas.

A Grécia e a Irlanda foram os primeiros países a pedir ajuda financeira à UE e ao FMI, em resultado da crise da dívida soberana. Atenas accionou o auxílio nos últimos dias de Abril de 2010. Dublin, seis meses depois. As razões do resgate foram as mesmas, as causas distintas. Na Irlanda, os excessos da banca obrigaram a um resgate milionário de 43 mil milhões de euros para salvar o sistema financeiro, enquanto na Grécia o fim da manipulação das contas públicas destapou um défice orçamental de 15% e uma dívida pública de 130% do Produto Interno Bruto (PIB). Os custos de financiamento incomportáveis resultantes das sucessivas descidas de rating colocaram ambos no saco de ajuda desenhado pelo FMI e UE.

«O ambiente é pesado», conta George Kokkinis. «Vemos imensa gente sentada horas e horas nos cafés, não porque sejam preguiçosos, segundo a nossa fama, mas porque é uma forma barata de socializar. Os restaurantes, por outro lado, estão vazios e muitos vão fechar. As pessoas juntam-se em casa umas das outras para tentarem encontrar uma saída para viver esta nova realidade», refere o consultor de empresas em Iraklio, na ilha de Creta.

Recessão há três anos

Na Irlanda, a crise financeira mundial colocou o tigre celta numa recessão que dura há três anos. «Estamos a sentir a austeridade desde 2008 e já vamos no terceiro ou quarto plano de austeridade. O resgate foi mais um episódio», diz Michael Flyin. Este empregado de hotel em Skibbereen, a cidade mais a Sul da Irlanda, salienta que as horas de trabalho semanais foram reduzidas de 25 a 30 para dez e que, nas aulas particulares de inglês que dá fora do expediente, o número de alunos caiu para metade. «As pessoas estão a fazer o que podem para sobreviver». Como a maioria dos irlandeses, acha que o pior ainda «está para vir».

A receita externa deu, até agora, poucos resultados. Desde o resgate, a performance dos dois países tem sido trágica: o desemprego está em máximos históricos (triplicou na Irlanda em três anos, até 13,4%), a recessão aprofundou-se e os juros da dívida pública - principal justificação do resgate - nunca aliviaram. Os juros de longo prazo (um indicador do risco-país) da Grécia e da Irlanda são hoje os mais altos do Mundo (12% e 10%, respectivamente).

Muitos dos entrevistados admitem que a ajuda financeira era inevitável, tal a fragilidade de cada país perante a crise e pressão dos mercados. Porém, as culpas dividem-se entre a necessidade dos credores estrangeiros recuperarem o dinheiro que - abusivamente, dizem - emprestaram durante anos (Grécia), a irresponsabilidade da banca (Irlanda), a necessidade de o Banco Central Europeu (BCE) «dar o exemplo» aos outros Estados-membros (resgate da Irlanda), as más decisões da UE, a corrupção política e o excessivo consumo das populações (Grécia).

«Os burocratas de Bruxelas não são mais eficientes do que os gregos. Não pode separar-se a política fiscal da monetária. Isso aprende-se em Introdução à Macroeconomia», lembra Kokkinis.

«Durante anos a população grega foi dependente do consumo. Hoje, mesmo com um salário de 300 euros e um buraco como casa, as pessoas têm receio de falar com medo de perder até isso», diz Stylianos Papardelas, fotógrafo em Heraklion, em Creta.

Apesar das fortes manifestações transmitidas para todo o Mundo, Kalomari salienta que a realidade grega é bem distinta da que surgiu nas TVs: «Ao contrário do que se pensa, a maioria dos gregos permanece inerte em resistir e protestar. Aceitou o seu destino como algo de incondicional», diz.

Todos referem estar mais cépticos face à UE e ao euro. Porém, confessam que os danos de uma eventual saída da moeda única europeia seriam piores. «Sou a favor do euro e penso que o regresso à libra irlandesa não iria mudar a situação», adianta Frank Samms, ex-jornalista e ex-gestor de companhias discográficas, residente em Westport, na costa Oeste irlandesa.

Sobre uma eventual ajuda a Portugal, gregos e irlandeses alertam que a situação é muito semelhante ao período anterior ao resgate: juros em máximos, cortes de rating, queda do executivo (Grécia) e sucessivos desmentidos do governo sobre a necessidade de ajuda.

«O anterior governo negou o auxílio externo mesmo quando o FMI já tinha embarcado no avião para Dublin», lembra Flyin.

Iosifidis é mais directo: «Se tiverem coragem, mandem o FMI dar uma volta. Se não, façam como os gregos, voltem a aprender a cultivar a terra, a organizar festas com bebidas baratas e desliguem a TV quando a publicidade começar».

Todos os depoimentos foram recolhidos por email

A ajuda em números:

Grécia
110 mil milhões de euros
Contribuição 80 mil milhões de euros (UE) + 30 mil milhões (FMI).
Impacto Medidas de austeridade para 2010-2013 visam poupar 25 mil milhões (11% do PIB).
Objectivo Reduzir défice orçamental de 7,4% em 2011 para menos de 3% em 2014.
IVA Taxa mínima sobiu de 10% para 11% e a máxima de 21% para 23%.
Impostos Subida das taxas sobre combustíveis, álcool e jogo.
Função Pública Salários reduzidos em 7%.
Pensões Congelamento e redução de pensões.
Salários Corte de 30% no subsídios de férias e de 60% no subsídio de Natal.
Empresas Imposto extraordinário sobre lucros.

Irlanda
85 mil milhões de euros
Contribuição 45 mil milhões de euros (UE) + 22,5 mil milhões (FMI) + 17,5 mil milhões (Tesouro).
Impacto Medidas de austeridade para 2011-2014 pretendem poupar 12,7 mil milhões de euros (8% do PIB).
Objectivo Reduzir défice de 9,1% em 2011 para 2,8% em 2014
Função Pública Despedimento de 10% dos funcionários: 21 mil até 2014 e mais quatro mil em 2015.
IVA Taxa mínima do imposto sobe de 11% para 13,5% e a máxima para 23%.
Família Corte de 10% nos abonos.
Privatizações Vendas no valor de dois mil milhões de euros.
Pensões Redução de 4%.


Tags: Dívida, Grécia, Dívidas, Dívida,Pública, Crise, Irlanda, FMI, Economia,União Europeia
Fonte: http://sol.sapo.pt/inicio/Economia/Interior.aspx?content_id=15801
20:02 | 0 sdt2010

«Mandem o FMI dar uma volta se tiverem coragem»

Gregos e irlandeses contaram ao jornal «Sol» como se vive com o FMI e dizem a Portugal para ter coragem

2011-04-03, 15:38

Gregos e irlandeses vivem há meses com a ajuda do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da União Europeia (UE), um destino que, tudo indica, deverá ser em breve partilhado por portugueses. Mas o conselho deles é outro: «Mandem o FMI dar uma volta se tiverem coragem».

O semanário conta histórias de várias pessoas, recolhidas por e-mail. Histórias de pessoas despedidas das empresas onde trabalhavam há anos, de pessoas que tiveram de deixar as suas casas e mudar para apartamentos mais baratos após terem sofrido cortes de 30% no salário, histórias de pessoas que tiveram de aceitar uma redução de 30% no horário laboral para evitar o desemprego. É o preço a pagar pela ajuda: as medidas de austeridade impostas pelos dois fundos.

Os sonhos acabaram

«A ajuda externa tornou-nos mais pobres, cépticos e pessimistas quanto ao futuro. Os sonhos acabaram», disse ao «Sol» uma jornalista grega.

«Vemos imensa gente sentada horas e horas nos cafés, porque é uma forma barata de socializar. Os restaurantes, por outro lado, estão vazios e muitos vão fechar», refere um consultor de empresas grego.

Também na Irlanda a receita externa deu, até agora, poucos resultados. Desde o resgate, a performance dos dois países tem sido trágica: o desemprego está em máximos históricos (triplicou na Irlanda em três anos, até 13,4%), a recessão aprofundou-se e os juros da dívida pública - principal justificação do resgate - nunca aliviaram. Os juros de longo prazo (um indicador do risco-país) da Grécia e da Irlanda são hoje os mais altos do Mundo (12% e 10%, respectivamente).

Situação de Portugal: onde que nós já vimos isto?

Sobre uma eventual ajuda a Portugal, gregos e irlandeses alertam que a situação é muito semelhante ao período anterior ao resgate: juros em máximos, cortes de rating, queda do executivo (Grécia) e sucessivos desmentidos do governo sobre a necessidade de ajuda. «O anterior governo negou o auxílio externo mesmo quando o FMI já tinha embarcado no avião para Dublin», lembra um irlandês.

Já um outro grego vai mais longe: «Se tiverem coragem, mandem o FMI dar uma volta. Se não, façam como os gregos, voltem a aprender a cultivar a terra, a organizar festas com bebidas baratas e desliguem a TV quando a publicidade começar».

Queremos a opinião do leitor sobre esta matéria. O que pensa que vai acontecer se e quando o FMI for chamado a ajudar Portugal? Concorda com as opiniões dos gregos e irlandeses? Deixe o seu comentário!

Fonte; http://www.agenciafinanceira.iol.pt/economia/fmi-grecia-irlanda-ajuda-pedido-de-ajuda-agencia-financeira/1243970-1730.html
19:54 | 0 sdt2010

Soares critica capitalismo "especulativo e selvagem"

Soares afasta receios sobre FMI e critica capitalismo "especulativo e selvagem"


O ex-presidente da República Mário Soares disse, sexta-feira à noite, não ser daqueles que têm muito medo do Fundo Monetário Internacional, recordando que enquanto primeiro-ministro teve que recorrer a ele duas vezes e que Portugal resolveu os problemas.

No início do ciclo Grandes Debates do Regime, dedicado ao tema "Democracia no séc. XXI: que hierarquia de valores?", na Biblioteca Municipal Almeida Garrett, no Porto, Mário Soares garantiu não ter muito medo do FMI.
"É que eu quando era primeiro-ministro aguentei duas crises em que tive que chamar o Fundo Monetário Internacional", recordou.

Segundo o ex-primeiro ministro e ex-presidente da República, dessas duas vezes Portugal sobreviveu ao FMI e até resolveu os problemas da altura.

Sobre como é que Portugal vai sair deste "imbróglio", o histórico socialista respondeu: "a minha resposta é esta: nós temos, mais tarde ou mais cedo, em termos europeus, que controlar os mercados especulativos que só pensam no dinheiro e temos que explicar com a força dos factos que mais importante que o dinheiro são as ideias das pessoas, que são os princípios e são os valores".

Segundo o ex-presidente da República, é preciso punir "aqueles que usam o capitalismo financeiro para criar uma recessão interna em cada país".

"Foi o que sucedeu na Bélgica, foi o que sucedeu na Irlanda, é o que nós estamos em risco que venha a suceder em Portugal, espero que não", enfatizou.

Para o ex-primeiro ministro "para evitar a recessão, a prioridade das prioridades é reduzir o desemprego". O capitalismo actual não é aquele que se vivia "no passado, com fundamentos éticos, com princípios e com regras", disse. "Nós estamos a viver num capitalismo especulativo e selvagem", criticou.

Considerando que "o fenómeno dos mercados é absolutamente escandaloso", o socialista recordou que estes "são conduzidos por poucas pessoas".

"São os principais agentes desses mercados que fazem tremer os políticos e que põem os políticos de joelhos. Ainda por cima têm agências de rating que diariamente nos avaliam mas que são funcionários desses mesmos mercados. Onde é que fica a política nisto?", questionou.

Fonte: http://www.jn.pt/PaginaInicial/Nacional/Interior.aspx?content_id=1821004&page=1
10:37 | 0 sdt2010

FMI será o fim?

LUÍS FILIPE MALHEIRO

Os portugueses sabem que a crise política – e temos que ser pragmaticamente honestos – constituiu apenas mais um motivo para que as agências de “rating”, cada vez mais ao serviço de interesses obscuros e corruptos, pressionassem ainda mais Portugal. Mas os portugueses sabem também que, mesmo antes da crise, e diga o PS e Sócrates o que disserem, já estávamos permanentemente a pagar juros mais elevados do que o tolerável, pondo em causa a nossa própria solvência. Recordo que numa entrevista à RTP, o ministro das finanças falou nos 7% como limite máximo tolerável mas a verdade é que mesmo antes da demissão de Sócrates o nosso país já estava a pagar juros da ordem dos 8,2 a 8,5%, valor incomportável e que nos conduz para uma situação dramática e vergonhosa de não termos dinheiro para pagar o que devemos ao estrangeiro, no imediato (há dois pagamentos a serem efectuados, um em Abril e outro em Junho, da ordem dos quase 17 mil milhões de euros!).
Lula da Silva, recentemente doutorado “honoris causa” pela Universidade de Coimbra, foi muito mais que o metalúrgico e ex-dirigente sindical do PT que chegou a Presidente do Brasil. Ele desmistificou a teoria, se é que a isso assim podemos designar, da perspectiva do poder reservado aos “engravatados” ou de que os presidentes dos estados têm que obedecer a determinados perfis pessoais. O problema reside na honestidade, na determinação e na dedicação a causas. Foi isso que Lula fez, quando decidiu combater a pobreza num pais que continua obviamente a ter pobres, mas que passou a ser uma das principais potenciais mundiais, quando anunciou o combate à corrupção, que continua a ser uma das máculas de muitos países, também com incidência no Brasil, onde persiste, e a apostar em áreas vitais para o desenvolvimento económico do país, mesmo que o pais tenha ainda muito espaço para evoluir e muito caminho para percorrer. Obviamente que a nova Presidente Dilma Roussef terá muito que fazer ainda para manter o que o Brasil de Lula conquistou, mas para consolidar as apostas no desenvolvimento económico, no combate à pobreza, no reforço da escolaridade e no combate à corrupção, que parecem ser as principais apostadas políticas no país do samba e do futebol.
Quando falei em Lula da Silva, fi-lo para recordar duas questões essenciais neste momento em que no caso de Portugal tenho a consciência de que muita coisa está em jogo: em primeiro lugar a constatação de que os países da América Latina, tradicionalmente apontados como dos mais pobres, prescindiram de uma vez por todas das “ajudas” do FMI; em segundo lugar, falei do ex-presidente brasileiro para realçar a declaração de Lula que considerou a necessidade de Portugal deve fazer tudo para evitar a entrada do FMI que disse claramente não servir a ninguém!
O problema, e respeito todos os que pensam o contrário de mim, é que assumidamente sempre me manifestei contra a intervenção do FMI no nosso país, porque acredito que tal cenário implicará medidas ainda mais restritivas do que aquelas que têm motivado tanta discussão. Se isso acontecer – e confesso que cada vez mais acredito que sim – os portugueses vão sofrer tempos de privação e de dificuldades extremas que é melhor nem falarmos (mas este texto fica como registo para memória futura). Estou convencido que, tal como o país em geral, a Madeira será fortemente prejudicada com o pós-FMI e que corre o risco - sem querer especular, mas atendendo a que em cenários destes os países perdem o controlo interno de todas as questões relacionadas com a política financeira e orçamental – até mesmo de se confrontar com medidas gravosas e novas decisões que podem nem deixar de fora a própria Lei de Meios (por falta de recursos financeiros do Estado), as transferências do Estado para as regiões e autarquias, nem o facto de, por exemplo, o CINM poder ser olhado como um instrumento ao serviço da fuga aos impostos facto que, infelizmente, está associado indubitavelmente àquele Centro. Não vale a pena escamotearmos esta realidade, pelo que apenas espero que todas estas decisões não sejam tomadas a tempo de causarem, politicamente falando, estragos ainda mais significativos do que aqueles que expectavelmente derivam de uma situação económica e social grave pela qual todos passamos, uns mais que outros, é certo, mas que acaba por penalizar todas as famílias. Nem falo nas consequências do recurso ao FMI nos despedimentos do funcionalismo público, no aumento do desemprego em geral, nas reduções das reformas, na diminuição ainda mais grave de salários, nos problemas que serão colocados em matéria de falta de emprego, os quais podem originar uma debandada de jovens portugueses para o estrangeiro, particularmente para países não afectados por esta crise, de aumento de impostos e de exigências ao sector bancário que podem causar restrições ainda mais gravosas no acesso ao crédito por parte de empresas e famílias. É por isso que tenho insistido na necessidade de uma mudança de tudo o que for possível mudar, enquanto for tempo, de um repensar de algumas questões mais essenciais, na adaptação da nossa vivência à nossa própria realidade dos novos tempos que nada, mas rigorosamente mesmo nada, terá a ver com aquele que era o nosso quotidiano, pelo menos até um passado recente, e com tudo aquilo que estávamos habituados, numa altura em que de nada nos serve atirar o lixo para debaixo do tapete.
O que é facto – e é da realidade que temos que falar – é que já não acredito que sejamos capazes de resolver os nossos problemas por nós próprios, que teremos que mudar profundamente o estilo de vida dos portugueses, que o Estado vai ser obrigado a repensar o seu envolvimento na sociedade, sobretudo em termos de encargos financeiros, etc. As agências de rating, todas elas americanas e dependentes de capitais de investidores americanos, não passam de instrumentos ao serviço da corrupção financeira, das pressões de especuladores financeiros, assumiram uma importância decisiva no contexto da economia mundial. No nosso caso essas pressões têm sido constantes, diárias, abrangendo como referi, as regiões autónomas, os bancos, empresas públicas, com Portugal a pagar juros incomportáveis. Creio que o recurso ao FMI é cada vez mais inevitável e que o resgate – é assim que alguns chamam a esse mecanismo de ajuda feito através da União Europeia – terá consequências até políticas no nosso país. As pessoas vão responsabilizar políticos e partidos pelo caos a que chegamos, os problemas sociais vão agravar-se, os dramas sociais multiplicar-se-ão, o desespero vai apoderar-se de muita gente, pelo que a habitual tranquilidade dos portugueses e a sua característica do ”come-e-cala”, vai rebentar, com efeitos que ninguém pode antecipar. E o país não está preparado para isto. Politica e socialmente tivemos já recentes e evidentes sinais de que o povo começa a ficar saturado, sinais que, erradamente, me parecerem terem sido desvalorizados ou mesmo ignorados. No meu próximo texto falarei das medidas tomadas no caso da Grécia e da Irlanda, dos lucros do FMI e do impacto dessa intervenção naqueles dois países. Para que as pessoas percebam do que falamos e que uma coisa é o eventual contributo do FMI na regularização das contas (e do défice) públicas, mas que outra coisa é saber como e à custa de que sacrifícios esses objectivos são alcançados.

http://ultraperiferias.blogspot.com

Artigo de Opinião de : Luís Filipe Malheiro
Via http://www.jornaldamadeira.pt/not2008_12.php?Seccao=12&id=179632&sdata=2011-04-01
10:30 | 0 sdt2010

Lula da Silva alerta que FMI traz mais problemas do que soluções

Lula da Silva aconselha Portugal a ter em atenção que o Fundo Monetário Internacional (FMI) cria mais problemas do que soluções. O antigo presidente brasileiro acredita que a União Europeia pode ajudar mais Portugal do que o FMI. Questionado se o Brasil está disposto a ajudar Portugal, Lula da Silva lembra que já não é presidente, mas vai dizendo que o seu país deve fazer tudo o que puder nesse sentido. A repórter Célia de Sousa registou estas declarações à entrada para um jantar em Lisboa, onde participou também o primeiro-ministro demissionário, José Sócrates, e o antigo Presidente da República Mário Soares.
2011-03-29 07:34:37





Fonte: http://tv1.rtp.pt/noticias/?t=Lula-da-Silva-alerta-que-FMI-traz-mais-problemas-do-que-solucoes.rtp&headline=46&visual=9&article=428430&tm=9

Foto: http://www.nosrevista.com.br/2010/05/07/lula-aquele-que-nao-entende-de-%E2%80%9Cbulufas%E2%80%9D-de-nada/
10:28 | 0 sdt2010

Ex-líder do PSD diz que Merkel deve "mandar na terra dela"

Menezes
Ex-líder do PSD diz que Merkel deve "mandar na terra dela"
Económico com Lusa
01/04/11 17:21

Luís Filipe Menezes diz que não faz sentido o governo andar a reboque das ordens das chanceler Angela Merkel.

O ex-líder do PSD afirmou hoje que "parece que é a senhora Merkel quem manda em Portugal", defendendo que apesar de ser necessário "cumprir regras internacionais" a chanceler alemã deve "mandar na terra dela".

"Parece que é a senhora Merkel quem manda em Portugal. O engenheiro Sócrates já não manda, é a senhora Merkel que o chama lá de três em três meses. É uma espécie de governador de uma colónia e aplica o programa da senhora Merkel", criticou Menezes, à margem da viagem inaugural do teleférico de Gaia.

O social-democrata disse que tal "não faz sentido", uma vez ser necessário "portugueses a mandar em Portugal."."Evidentemente temos que cumprir regras internacionais de acordo com os compromissos que assumimos, mas a senhora Merkel que mande na terra dela", salientou Menezes.

Fonte: http://economico.sapo.pt/noticias/exlider-do-psd-diz-que-merkel-deve-mandar-na-terra-dela_114976.html
23:13 | 0 sdt2010

Políticos!... Esta gente não tem vergonha!...

01 Abril 2011 | 11:42
Camilo Lourenço - camilolourenco@gmail.com

Caro leitor, recorda-se do défice de 2009? Sim, aquele que era para ser de 5,9% e que saltou para... 9,3%.

Pois o INE ("ajudado" por Bruxelas) diz agora que foi de... 10%. E o de 2010? Sim, aquele que o Governo disse que ficaria abaixo de 7% (com o fundo de pensões da PT). Pois, ficou em... 8,6%. Razão: esqueceu-se de contabilizar 1,8 mil milhões de euros do BPN, 793 milhões do défice de empresas de transportes e 450 milhões do BPP. É muito lixo junto para varrer para baixo do tapete...

E dos défices de 2007, recorda-se? Sim, aquele que o primeiro-ministro (secundado por um ministro das Finanças sem credibilidade) chamou de défice mais baixo da Democracia (2,6%). De repente saltou para 3,1%. E do de 2008, lembra-se? Era para ficar em 2,2% e acabou em... 3,5%.

A correcção do Eurostat confirma que estamos perante a maior série de mentiras da III República, camufladas por um excelente "marketeer". O problema é que o "marketeer" se esqueceu de que não se pode enganar toda a gente... durante muito tempo. Porque a mentira tem perna curta.

Nada disto seria muito grave se as consequências da falta de vergonha prejudicassem apenas o primeiro-ministro e o partido do Governo. Mas prejudicam o País: vamos viver muito pior nos próximos quatro anos porque o Governo não teve coragem de apertar o cinto logo no início de 2010.

Tendo em conta este chorrilho de mentiras, vale a pena exigir à Comissão (com permissão da sra. Merkel) que divulgue o que apurou na visita a Portugal. Vai fazer mal à nossa reputação? Pior do que já está, é difícil. Porque mais vale contar a verdade toda, do que prolongar as dúvidas sobre o real estado das contas públicas. O PEC IV não apareceu por acaso...

Fonte: http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=477179
23:01 | 0 sdt2010

Dia das mentiras: Política, Economia e Finanças

01 Abril 2011 | 10:16
Pedro Santos Guerreiro - psg@negocios.pt

De um dia para o outro, quatro défices subiram; a curva dos juros ficou irracionalmente quase invertida; passámos de "Portugal não precisa de ajuda" para "o Governo não tem condições para pedir ajuda". Ah: e deixámos de ter Governo. Hoje é dia das mentiras. Ontem também foi.

Portugal tornou-se um País de políticos covardes. Ninguém assume a crise política que nos leva a mais umas eleições. Ninguém dá a cara por um pedido de ajuda externa. Ninguém mais usa a palavra "responsabilidade", mas sim "ónus" e "culpa" - e sempre referindo-se a outros.

Estamos sem Governo. O que lá está entende não ter poder para mandar cantar um cego. Mesmo que o Presidente da República entenda o contrário: a discórdia é compreensível, o próprio Presidente tem dito - e mostrado - que não tem poder. Isto não é um Governo em gestão, é um País em autogestão.

Os ratos estão a abandonar o barco. O primeiro-ministro sai de fininho da sua última sessão no Parlamento. O ministro das Finanças diz que já não é nada com ele. Todos os dias o Diário da República está mais grosso, com nomeações de assessores que passam para directores-gerais.

Ouvem-se loas diárias às grandes empresas - as Galp, as EDP, as PT - de gente que talvez lá vá parar daqui a semanas. Nas administrações destas empresas, os telefones não param: metade é da gente que está a sair do Governo; a outra metade é da gente que pensa que lá vai entrar. "Boys will be boys"...

Mesmo nas empresas públicas: Almerindo Marques bate com a porta na Estradas de Portugal; a Refer, a mais irracionalmente endividada empresa em Portugal, está há seis meses sem conseguir contratar um administrador financeiro.

Pode Portugal ficar dois meses à deriva? Pode. Ficará pior, mas pode. Portugal pode tudo, aliás. Até ser obrigado a rever défices orçamentais de quatro anos, porque o Eurostat decidiu corrigir-se a si mesmo e porque o Governo pensou que a contabilidade era infinitamente elástica. A verdade não vem sempre ao de cima. A dívida vem.

De tudo o que o Governo foi ontem obrigado a engolir nas contas públicas, nada é estranho. O buraco do BPN (e o aval ao BPP) já devia ter sido reconhecido no passado. As empresas de transporte são lixeiras de dívida a céu aberto há décadas. É verdade que o Eurostat foi amigo da onça, ao escolher esta data. Mas não inventou nada. Estas alterações não são indolores: o "buraco" das empresas públicas vai perdurar; e a imagem externa do País é prejudicada. Não é pelo mau aspecto. É porque estamos aflitos.

Pode Portugal escapar sem ajuda? Não. Hoje, o Estado vai ao mercado pedir dinheiro a curto prazo para substituir dívidas de longo prazo e pagando um juro altíssimo. Já se cobra mais a dois anos do que a dez, sinal claro de percepção de insolvência. Mais: Portugal "inventa" hoje Obrigações a 15 meses. Porquê? Porque os credores só emprestam dinheiro até final de 2012. A partir de 2013 entram em vigor as regras de Merkel, segundo as quais os investidores privados também perdem dinheiro se um Estado afundar...

Com as emissões de dívida de hoje, Portugal garantirá os pagamentos até Junho. E depois? Depois há eleições e a culpa há-de ser de alguém. É estranho: a Comissão Europeia só aceita o pedido de ajuda com acordo do PS, PSD e Presidente para as medidas de austeridade. Mas nem PS, nem PSD nem Presidente querem pronunciar a palavra. Talvez seja melhor comprar um boneco Nenuco daqueles que falam quando se aperta a barriga. Basta uma palavra: "A-ju-da". Os outros depois assinam as condições de austeridade. A culpa será do boneco. Como sempre.

Fonte: http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=477137
22:50 | 0 sdt2010

O rating e a sua carteira


Sabe o que quer dizer rating? Ou o que significa que Portugal sofreu um corte no rating? Embora os conceitos técnicos possam deixar de fora muitos portugueses, na prática a palavra rating e as agências que os emitem podem afectar o bolso de muitas famílias. As agências de notação financeira (rating), são tema de conversa nos últimos meses, sobretudo devido aos cortes que têm feito nos países periféricos da Europa, como Portugal, Espanha, Grécia e Irlanda. Mas qual poderá ser o impacto na vida pessoal, profissional ou até na carteira de cada português? O Saldo Positivo explica-lhe como funciona o rating.


O que é o rating?

O rating ou notação de risco consiste numa classificação através de uma nota que indica a capacidade de um emitente de dívida (contrai um empréstimo junto do mercado) pública ou empresarial cumprir com os pagamentos (ver “Como perceber a tabela do rating“).


O que fazem as agências de notação financeira?

As agências de notação financeira são companhias em que o seu trabalho é simples de explicar: funcionam como uma terceira parte independente que avalia o risco de crédito de uma entidade, atribuindo uma notação de risco (rating). Ou seja, em vez de ser a própria empresa ou Estado a definir o seu risco de crédito (capacidade de pagar a sua dívida), existe uma companhia independente que faz isso, separando os bons dos maus pagadores.

No fundo, se um país emite dívida pública ou uma empresa emite obrigações, a agência de rating atribui uma nota ao risco que existe desse emitente cumprir com a sua dívida.

As principais agências de notação financeira são as norte-americanas Moody’s, Standard & Poor’s e a Fitch.


Como está Portugal

Apesar de cada agência de notação financeira apresentar diferentes níveis de classificação, em termos práticos, o significado é o mesmo. O rating da República Portuguesa está muito perto de deixar de ter nota positiva, basta para isso descer mais um nível. Se isso acontecer, a dívida soberana do Estado entrará na categoria de não investimento, sendo Portugal considerado um investimento especulativo e estando na área de lixo (junk).

Neste momento, a Standard & Poor’s classifica Portugal como BBB-, a Moody’s A3 e a Fitch A-.


Problemas para os particulares e empresas

Tal como o Estado, os bancos nacionais também tiveram cortes de rating de alguns níveis. Os cortes nas notações de risco levam normalmente os bancos a financiarem-se nos mercados financeiros internacionais com juros mais elevados. As consequências podem sentir-se tanto nas famílias como nas empresas, através do pagamento de juros mais elevados quando procurarem crédito bancário, o que poderá reflectir-se numa restrição de crédito por parte das instituições financeiras.

Nos últimos meses, tem-se assistido à subida dos spreads (margem acima do juro no mercado interbancário) nos créditos, cenário que ilustra uma situação de rating mais baixo.


Rating de outros países

Os países que apresentam dívida de topo são países que não apresentam, praticamente, risco de crédito. Alguns desses países são os Estados Unidos da América, o Canadá, a Suécia, entre outros. No nível seguinte, ou seja, dívida de alta qualidade, encontramos países como a Espanha, o Chile e a Bélgica. No nível acima do actualmente ocupado por Portugal, encontramos Estados com dívida de qualidade média alta, como, por exemplo, o México, o Brasil e o Principado de Andorra. Já ao nível de Portugal, encontramos países, tais como a Índia ou as Bahamas. Nos níveis abaixo do português, existem muitos países, tais como a Grécia, Cabo Verde, Venezuela, Uganda, entre muitos outros, nomeadamente da América Latina e de África.


Como perceber a tabela do rating

A tabela das notações financeiras é fácil de perceber. Quanto mais baixo se está no ranking, mais os juros aumentam e se tornam insuportáveis para quem paga.

Olhando para a tabela em baixo, verifica-se que existem 4 grandes níveis (A, B, C e D). Na parte de cima da tabela, estão os países mais seguros ou com notas médias-altas.

A parte da tabela que tem a letra B, pode ser dividida entre a de qualidade e a de fraca qualidade. Existe apenas um nível, dentro da letra B em que a notação de risco de crédito se enquadra nos níveis de qualidade, é onde se encontra o Estado Português. Desse nível para baixo, todas as notas significam uma situação altamente especulativa no que toca à qualidade do emitente de dívida. Ou seja, existe um risco maior de o país ou empresa entram em incumprimento com as suas obrigações.

Chegando ao nível C, o país está praticamente na bancarrota e torna-se um investimento sem interesse para os investidores. A letra D, confirma a falência do país.




Fonte:
Publicado em POUPAR E INVESTIR por jp — 5:35 - 1 de Abril de 2011
http://www.saldopositivo.cgd.pt/o-rating-e-a-sua-carteira/
22:08 | 0 sdt2010

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