Empresa entrega hoje em Bruxelas pacote com dez recomendações saídas do evento "Security Jam", que envolveu milhares de civis e militares de todo o mundo
Criar uma Agência Europeia de Informações, um Fundo de Preparação para Crises Internacionais e uma Academia de Segurança Europeia são as principais propostas que a Agenda de Segurança e Defesa e a IBM entregam hoje ao secretário-geral da NATO, Anders Fogh Rasmussen, em Bruxelas.
Estas iniciativas fazem parte de um pacote de dez recomendações saídas do evento "Security Jam", realizado com mais de quatro mil participantes civis e militares de 124 países, cujo principal tema foi o estado da segurança mundial e a colaboração transfronteiriça. O líder europeu da IBM, Larry Hirst, vai explicar o pacote de medidas durante a conferência de hoje, "A Dimensão Europeia da NATO", organizada pela Agenda de Segurança Europeia.
"O desafio será passar das palavras à concretização", alertou Leendert van Bochoven, responsável da IBM pela pasta da NATO e do sector da defesa, em entrevista ao i. "Neste momento, todas as instituições estão a questionar-se sobre qual o seu papel no novo contexto de segurança", adianta Leendert. "A União Europeia pergunta-se isso e a própria NATO está a desenhar um novo conceito estratégico, que será oficializado em Novembro", continua. A IBM e a Agenda de Segurança e Defesa esperam que Rasmussen considere a concretização de pelo menos algumas das recomendações.
Colaboração O papel da Agência Europeia de Informações seria sobretudo o de agir como intermediária entre os vários países, facilitando a troca de informação secreta entre os estados-membros. "A cibersegurança é o exemplo perfeito de que os países têm de trabalhar juntos, por definição. Nenhum país pode dizer que está imune, que os perigos cibernáuticos param na sua fronteira", garante van Bochoven. O líder da IBM diz ainda que, durante o "Security Jam", vários militares manifestaram a sua preocupação em relação aos cibercriminosos, que começam a associar-se a grupos terroristas.
O interesse da IBM neste sector é, obviamente, motivado pelo enorme volume de negócios que gera. No entanto, a empresa tem uma abordagem bem diferente dos players tradicionais do mercado, sobretudo interessados no armamento e nas plataformas logísticas associadas. O que a IBM quer é trabalhar na análise e contra-análise de dados, na transmissão segura da informação e na gestão deste caos de comunicações. Além disso, explica van Bochoven, "podemos retirar várias lições do sector comercial e aplicá-las ao sector da defesa", apesar das suas especificidades.
Uma das questões que têm de ser resolvidas pelos países é a interoperabilidade das suas tecnologias. Não é possível que o Reino Unido partilhe informação segura com Portugal se não houver uma capacidade mínima de comunicação entre ambos. Seria como tentar passar dados de uma caneta USB sem ter porta para a introduzir. "Os países investiram em sistemas no passado e esses sistemas estão a funcionar, não se pode mandá-los para o lixo", admite van Bochoven, sugerindo uma migração faseada para arquitecturas mais abertas.
Por outro lado, nem a crise orçamental pode evitar que se faça alterações.
"Está na hora de pensar em como reorganizar a defesa de uma forma mais inteligente", conclui, tendo em conta que a própria tecnologia e a globalização mudaram o cenário para sempre.
in www.ionline.pt
0 sdt2010:
Enviar um comentário